quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Feliz Ano Novo

Em "Cortar o Tempo", Carlos Drummond de Andrade diz que o ideólogo da divisão do tempo em fatias de chamadas de anos foi genial, porque "industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão". Talvez com isso o poeta de Itabira faça ao mesmo tempo elogio e crítica, porque a esperança sempre se renova, mas nunca de maneira constante.

Seja como for, tal divisão é pra lá de antiga. Estima-se que ela começou a tomar forma no ano 2.700 a.C. na Suméria, civilização surgida no norte da Mesopotâmia. Aperfeiçoado mais tarde pelos caldeus, o calendário tinha doze meses lunares de até 30 dias. Estes começavam na lua nova, mas o conjunto ficava 11 dias defasado em relação ao Sol. 

Os egípcios fizeram o primeiro calendário solar, que uma tentativa mais exata de medir o tempo. Era uma forma de preparação para o plantio, às margens do Rio Nilo. Ambos serviram de base para o calendário utilizado pela grande maioria dos povos no presente: o Gregoriano, uma espécie de atualização do calendário Juliano. Diferente dos anteriores, não seguia os astros.

Iluminado Ogum-Megê exaltou o fato de o último trimestre ter sido dirigido por sacerdotes nascidos na Irmandade. Felipe, Bruno e Lívia trouxeram uma história religiosa pontuada por todas as fases da vida IEED. Pertenceram à ala infantil, chamada de Oração Dominical, e à Mocidade IEED, onde tiveram uma formação repleta. Epopeia que deu as bases para que eles e os Guias ajudassem a gerir o que é considerada  a síntese do ano.

Para os devotos de Wandú,  a mudança de ano na esfera espiritual acontece em 19 de março, com a celebração a São José. Ainda assim, a Irmandade recebe com fogos e bênçãos essa nova parcela de tempo. Os Guias fazem balanços materiais e espirituais. Como o que fez o Iluminado Ogum Megê: "O ano de 2013 vai ser ótimo. Desde que vocês tenham plantado em 2012".

A lição do Guia-Chefe vai além. Ainda que tudo por decreto se renove, o ano só é novo se de nossas vidas fizermos algo novo. E novamente se faz necessário evocar Drummond, que num trecho de sua "Receita de Ano-Novo" vaticina:

Para ganhar um Ano-Novo
que mereça este nome
Você, meu caro, tem de merecê-lo
Tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil
Mas tente, experimente, consciente
É dentro de você que o Ano-Novo
cochila e espera desde sempre

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