Por mais que o homem a queira comercial, o Menino Jesus prevalece |
O encontro em que Jesus reparte pão e vinho e os transmuta em, respectivamente, em seu corpo e sangue, prenuncia o destino fatal. Mais de dois milênios depois, ele se vê representado na festividade em que se comemora o seu nascimento. Ainda que fim e começo se confundam, ou talvez se anulem, é a inocência da representação infantil de Cristo que renova as promessas de esperança.
Deusa Lunar abençoa a Noite de Natal |
É nesse contexto que se encontra o Natal na Irmandade. A Ceia, aqui, celebra o começo. Ao pregar aos Ieeds a comunhão com o mundo, com iguarias oriundas de diversos países, ela simboliza mais do que a extensão alcançada pelo Cristianismo. É a essência da congregação dos povos. Mesmo judeu, Jesus viveu para toda a humanidade, creia n'Ele ou não.
Papai Noel ainda é um mistério, mesmo para quem nele não mais crê em presença física |
A cada ano que passa, tal trabalho de formiguinha vai formando frutos. De pessoas que ainda carregam lá os seus problemas, mas os encaram com uma nova noção. Se os adultos ouviam os Guias com entendimento e atenção, as crianças se viam entre a magia da figura do Papai Noel e o fim da inocência. "Papai Noel não existe! Morreu!" "Eu vi que tem um elástico atrás da barba branca."
Prefiro não pensar que o Natal acaba ao raiar do dia 26. Deixo os meus olhos marejar ao fim da lenda do bom velhinho, cujas barbas brancas me metiam mais pavor do que alegria. Ainda bem que, já adulto, consegui recuperar um lampejo daquela magia que deveria vivenciar na infância. Sufocado por indescritível aura de sentimento, sou capaz de dizer que amo. Até que Baltazar, Melchior e Gaspar recolham árvores e enfeites. Sem levar a esperança.